Rosalba abre saco de bondades
e retoma gratificações
A governadora Rosalba Ciarlini segue abrindo o saco de bondades
para melhorar sua imagem. Depois de antecipar o pagamento de metade
do 13* salário para os servidores estaduais, ela agora anuncia a
retomada das gratificações no governo.
As gratificações estão suspensas desde o início da atual
gestão sob o argumento de descumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Segundo dados dos próprio governo, o Rio Grande do
Norte está acima do limite prudencial para gastos com servidores há dez
anos.
Das 3 mil gratificações do governo anterior, Rosalba Ciarlini anunciou a
retomada da metade, ou seja, 1.500. E estabeleceu critérios mais
rígidos para sua concessão [cada secretário deverá mensurar a necessidade de
gratificações].
Albér Nóbrega, secretário da Administração e cuidador da folha de pagamento,
informava ontem (13) que o impacto mensal das gratificações nas contas
do governo será pequeno, coisa de R$ 1 milhão. E que sairão
folhas extras para pagar gratificações retroativas a maio.
Se era assim por que o governo não retomou o pagamento das gratificações
antes, como reivindicava os servidores?
A desculpa era o limite prudencial. Por que o impacto na
folha é considerado pequeno agora? Excesso de controle do governo? O
governo errou na mão? Faz caixa como aponta o
deputado Fernando Mineiro desde os primeiros meses do atual governo?
A equipe da governadora levou 17 meses para equacionar o
problema das gratificações. Na avaliação de muita gente que acompanha a
adminitração pública, demorou muito para encontrar uma solução. A demora
prejudicou muitos servidores que fazem jus ao benefício. E não são poucos.
Entre os quais, eu faço questão de destacar, os servidores
das centrais do cidadão. Essa turma está jogada à própria sorte há muitos
meses. Gente que não tem tido estímulo nem condições para desempenhar suas
funções.
O governo age de forma correta quando decide depurar a folha
de pagamento para cortar fanstasmas e corrigir distorções. Mas a demora nesse
trabalho é inaceitável porque o maior prejudicado é o serviço prestado à
população. E o exemplo maior disso é o péssimo serviço das centrais do cidadão
nos dias de hoje.
Olhando os números de desaprovação de Rosalba Ciarlini em
Natal [de 76,50% segundo a Perfil/Nominuto], eu comentava ontem com um amigo
que boa parte desse desgaste poderia ser minimizado com o funcionamento das
centrais. O bom funcionamento, claro.
Na minha opinião, a Central do Cidadão é o cartão de
visita de qualquer governo. É um dos principais balcões de serviços do governo.
Para uma grande parcela da população, as centrais são o único contato que uma
pessoa comum pode ter com uma instituição tão grande e tão ampla como é o
governo. Talvez seja o local mais próximo que alguém possa estar em relação ao
governo. Mas da forma que funciona hoje muita gente quer ficar à distância,
longe, bem longe. E falando mal.
Se por um lado a Central do Cidadão pode ser o cartão de
visitas de qualquer governo, o órgão pode ser também sua casa dos horrores. Eu
estou falando das centrais, mas podemos estender o raciocínio para órgãos como
o ITEP, o Detran e os hospitais públicos do Estado que funcionam precariamente.
Em todos eles, a população se depara com serviços aquém das expectativas e em
condições desumanas. Coisa de país africano.
Não adianta o Brasil se vangloriar ser a quinta ou sexta
economia do mundo. Os serviços públicos neste país, Rio Grande do Norte
incluído, estão bem longe de uma nação de primeiro mundo. É preciso avançar
mais, como diz a propaganda do próprio governo.
Fonte: http://www.nominuto.com