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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

SEM CORRUPÇÃO, O BRASILEIRO PODERIA SER ATÉ 27% MAIS RICO

Propina, mensalão, superfaturamento, dinheiro na meia ou na cueca. Tudo isso faz o Brasil perder, por ano, entre R$ 69,1 bilhões, segundo estudo do departamento de competitividade e tecnologia (DECOMTEC) da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (FIESP). Numa escala de zero a 10 feita pela ONG Transparência Internacional - pela qual quanto menor a pontuação das nações menos corruptas (7,45), o brasileiro poderia ser 15,5% mais rico.
O levantamento mostra que, hoje, cada brasileiro recebe em média R$ 14,47 mil por ano, e passaria a receber R$ 16,71 mil, ou seja, 4,4 salários mínimos a mais. Se a corrupção não existisse, o aumento da renda per capita (R$ 18.388) seria de 27%, o equivalente a quase oito salários mínimos a  mais.
“Se o nível de corrupção no país diminuísse, mais recursos seriam liberados para as atividades produtivas, o que poderia gerar mais empregos, mais infra-estrutura e um maior crescimento econômico, o que se traduz em ganhos de competitividade’’, afirma o diretor do DECOMTEC, José Ricardo Roriz.
Na opinião do professor da área de administração pública do IBMEC, Miguel Augusto Barbosa Dianese, a produtividade é totalmente afetada, uma vez que os recursos desviados deixam de ser aplicados em melhorias para a população. Simulações feitas pela FIESP mostram que, com os R$ 69,1 bilhões perdidos com a corrupção, o governo poderia ampliar o número de alunos matriculados na rede pública em 47%, ou elevar a quantidade de leitos para internação do SUS em 89%.
Dianese destaca que, quanto maior o índice de corrupção, pior fica a imagem do país no mercado internacional e menor será a captação de investimentos estrangeiros. De acordo com ele, uma das soluções para reduzir a ação de corruptos é acabar com a prática da carta-convite. Por esse modelo,  em vez de realizar uma licitação, o governo tem a opção de convidar três empresas e apresentarem propostas para o serviço a ser contratado.
“É o gestor que escolhe quem convidar. Se fosse pelo processo de licitação, com a publicação de editais em jornais de grande circulação, a competitividade seria maior e seria mais fácil evitar favorecimentos”, avalia.