Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em
que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a
seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta
prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A
vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser
hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e
desacreditada diante dos pares.
Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados
associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços
afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e
atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ’pacto da
tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vitima vai
gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua
auto-estima.
A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional
segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para
distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em
países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos.
As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo
a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal
estar na globalização", onde predominará depressões, angustias e outros
danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na
organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.