BOLO DE CEREJA:
Na cultura do RN
Na cultura do RN
Extra-ordinário!
O ano vai findando e vamos levando mais um bolo.
Dessa vez trata-se do esperado FEC, o Fundo Estadual de Cultura, promessa de campanha da então candidata do DEM ao governo do RN, quando garantiu na presença dos artistas que iria criar um fundo que representava 1% do ICMS.
Dessa vez trata-se do esperado FEC, o Fundo Estadual de Cultura, promessa de campanha da então candidata do DEM ao governo do RN, quando garantiu na presença dos artistas que iria criar um fundo que representava 1% do ICMS.
Naquela
ocasião não houve compromisso com o segmento de que criaria uma secretaria de
estado para a cultura, uma antiga reivindicação da sociedade, mas após eleita,
e numa manobra clara para escapar à lei do nepotismo, com uma canetada criou a
tal da secretaria, não a que queremos plena, aberta e atuante, mas a secretaria
extraordinária de cultura, onde instalou a Sra. Isaura Rosado, irmã do marido
da governadora.
Ora!,
criou-se com o fato um outro elefante branco, pesado fardo, que confunde mais
que evidencia, misturando essa secretaria extraordinária à já famigerada
Fundação José Augusto, uma embolando o papel da outra, amarrotando o manto
sagrado da arte que brota sob o pendão da cultura potiguar, e que naturalmente
vem a precisar do apoio do público poder, como enfim todas as outras áreas da
atividade social. Ou seja, piorou. A secretaria não possui quadro funcional, e
até onde sabemos, apenas a secretária é esta secretaria.
Passamos
o ano inteirinho interessados em saber qual seria a estrutura dessa entidade,
quando o seu projeto seria enviado para a assembléia, quando poderíamos
discutir seu orçamento e sua utilização. Pôrra nenhuma. Em nenhuma ocasião fui
sabedor de qualquer iniciativa no sentido de possibilitar a nós sequer uma
sugestão, uma mera opinião, muito menos um debate sobre o que seria
conveniente, qual o modelo ou programas que pudessem ser discutidos e que
viessem atender nossas demandas.
Ao
invés, assistimos a um desfile de eventos ambíguos. Se não desnecessários, sem
dúvida eles passam a léguas de contemplar aquilo de que mais carece a grande
maioria da população e uma expressiva gama de trabalhadores da arte.
Lamentável. É simples essa constatação. Vide o descaso e abandono dos pontos de
cultura, desmantelando o mínimo que já vinha sendo encaminhado nessa frente. E
pasmem! Para garantir o tal Agosto da Alegria, quando da greve dos servidores
no meio do ano, as autoridades foram capazes de enrolar os funcionários da FJA
com uma proposta de reposições que foi notavelmente descumprida, fraudando o
acordo, logo assim que passou o evento.
Esta
é a panorâmica. Eis que agora, como se não bastasse, a classe artística da
capital e estado foram sacudidas com dois pontapés agudos, em rasteiras cheias
de malícia, cultivadas com assombrosa preparação e ambas apresentadas com muito
descaramento no ‘apagar das luzes’ do ano legislativo, forçando-nos a uma
mobilização sem trégua para tentar reparar os danos dessas ‘medidas’, caso elas
sejam assim aprovadas às pressas e sem discussão. Pelo jeito, tudo indica que
teremos um ano abalado por muitos tremores.
Artista
tem que ser guerreiro aqui.
Atentar.