PA MILAGRES EM APODI
O único saneado no
Brasil
No dia 25/11 o Assentamento Milagre, em Apodi/RN realizou um
Dia de Campo em comemoração aos trabalhos relacionados à implantação do projeto
piloto da estação de tratamento de esgoto doméstico viabilizado em parceria com
a UFERSA/ UNP e UERN.
Esse projeto iniciou em 2008/2009 a partir de uma parceria
estabelecida com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura Familiar –
TERRA VIVA que já tem atuação nessa área há mais de 10 anos. A UFERSA através dos
professores Miguel Ferreira Neto e Nildo Dias buscaram viabilizar uma pesquisa
que já há algum tempo tinham em mente. Após inúmeras visitas para escolha do
local ficou definido esse assentamento e a partir daí as atividades não pararam
de acontecer para realização desse tão sonhado protejo. Foram meses de trabalho
envolvendo professores, alunos de mestrados e as famílias beneficiárias,
mostrando que somente a ação coletiva é capaz de fazer acontecer e transformar
o local. Hoje o assentamento está 100% saneado, coisa que não é comum em grande
parte das cidades brasileiras. O modelo adotado pelos professores se baseia em
experiências exitosas de países europeus que buscam sustentabilidade em suas
ações e melhoria na questão ambiental.
Durante a atividade foram apresentados os projetos já
desenvolvidos no assentamento, a parte da estação de tratamento bem como a
produção de milho e girassol foi explicada pelo Professor Rafael Batista, a
produção de flores ornamentais pela Professora Sandra Alves e a produção de
forragens (capim elefante) e fruteiras (acerola) pelo assentado Zito.
Todos os presentes parabenizaram a UFERSA e os parceiros
pelo excelente trabalho realizado na área, tendo em vista que os recursos
aportados nesse protejo foram mínimos (em torno de R$ 123.000,00) para realizar
uma grande ação. Os demais projetos em execução estão sendo financiados por
parceiros como o Banco do Nordeste (em tono de R$ 49.000,00) que apostam na
ideia, sendo esse um exemplo a ser seguido.
O grande resultado é ao final ter relatórios comprovando que
foi gerada saúde para a população, relembrou que há cada um real aplicado em
saneamento básico diminui quatro reais em saúde publica. “A comunidade tem que
ter direito a viver com dignidade e é para isso que precisa ser investido
dinheiro publico, temos que acabar com essa idéia de que as famílias do campo
tem que viver na lama. Se as pessoas passarem a viver melhor nesse sentido já
estaremos satisfeitos, mesmo que não gere nenhuma produção”.
Na parte de reuso a preocupação foi como aplicar isso de
forma sustentável no ambiente sem representar risco para as pessoas que
trabalham com essa técnica e sem representar riscos para o produto agrícola que
está sendo gerado e que pode ser comercializado. Esse é o grande desafio do projeto!
Marmota Apodiense