NOTA DO INSTITUTO
CHAPEU DE COURO
UGM do Programa P1MC
Chico Antonio(Coordenador do Chapeu de Couro) e Raimundo do Sindicato
Depois da última terça-feira, a coordenação do Instituto
Chapéu de Couro, vem através deste, agradecer a todo colegiado da ASA Potiguar,
que confiaram seus votos, escolhendo esta entidade para uma nova UGM,
(executora do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com
o Semi-Árido Brasileiro P1MC), que atuará em 19 municípios (08 municípios na
região Canavieira e 11 no Potengi), e ao mesmo tempo esclarecer a todos que
estavam na reunião da ASA, que o nome do Instituto Chapéu de Couro talvez seja
novo para algumas pessoas, mas sua coordenação muito tem contribuído para
termos um Semiárido mais justo.
Hoje, seu quadro de coordenadores é formado pelos
companheiros Francisco Antonio, Hildebrando Neres e Fábio Fernandes, entre
outros.
Resgatando um pouco da historia de luta em nosso estado,
podemos destacar o trabalho realizado pelos companheiros acima citados,
juntamente ao saudoso Ronaldo Valência, desde a década de 80 até o ano 2005,
organizando os trabalhadores e trabalhadoras rurais no municipio de Campo
Grande e região através da criação de associações rurais.
No final dos anos 90, fundamos a Cooperativa Sertão Verde,
onde iniciou-se um trabalho junta às associações na busca constante por
tecnologias de convivência com o Semiárido. Já no ano 2001 encampamos junto a
80 trabalhadores e trabalhadoras a luta pela reforma agrária, indo ao
enfrentamento com os latifundiários da região e dando continuidade a um
trabalho iniciado por Padre Pedro. Fruto desta luta temos o PA Ronaldo Valência
com 47 familias assentadas.
No ano 2001 contribuímos com a construção de 30 cisternas no
PA Bom Futuro, em Campo Grande, que serviram como contrapartida para o P1MC
investir em mais cisternas no Rio Grande do Norte.
Estes companheiros também contribuíram com a fundação dos
foruns de discussões das políticas públicas nos municiípios de Campo Grande,
Upanema, Janduís, Paraú, Triunfo Potiguar e Felipe Guerra. Participamos na
articulação da fundação da Fetraf/RN e da Cooperativa de Crédito da Agricultura
Familiar - Credioeste Sol. Em 2003 fundaram a rádio Canal Cultural e em 12 de
janeiro de 2004 a
Associação para o Desenvolvimento Auto-Sustentável e Solidário – ADASOL para
servir como pessoa jurídica desta emissora comunitária.
Em 19/03/2006 (dia de São José), Francisco e Fábio, junto a
outros companheiros, depois da morte do saudoso Ronaldo Valência, saíram da
Sertão Verde e fundaram o Instituto para a Valorização da Cultura Camponesa no
Semi-Árido Brasileiro - ICC, com o nome de fantasia Instituto Chapéu de Couro.
Neste mesmo período iniciaram a militância no Movimento dos Pequenos
Agricultores-MPA, quando iniciaram um trabalho intenso de formação política de
jovens do Oeste potiguar e Vale do Assu.
Com a entidade e o movimento, realizaram o primeiro Encontro
Estadual da Juventude e Cultura Camponesa, junto com o primeiro Festival de
Forró Pé de Serra, onde mobilizamos mais de 200 jovens das cidades de Campo
Grande, Janduís, Triunfo Potiguar, Paraú, Assu e Carnaubais.
Foram reaponsáveis pelo envio de jovens para a formação em
cursos técnicos de Controle Ambiental, Agropecuária, Enfermagem e Pedagogia da
Terra, pelo Pronera.
Assumimos, junto a estes jovens militantes, uma grande luta
contra o agronegócio na cidade de Carnaubais, onde conseguimos em parceria com
o MST, garantir o acampamento, hoje assentamento Irmã Dorothy onde moram 110
familias de camponeses.
Em 2007 executamos, em parceria com o Instituto Padre
Josimo, um projeto piloto de assistência técnica que trabalhava a implementação
do programa de biodiesel consorciado com alimento.
Já em 2009 e 2010, executamos os subprojetos do Programa
Desenvolvimento Solidário nos municipios de Janduís, Messias Targino, Triunfo
Potiguar, Paraú, São Rafael e Carnaubais, com projetos de pequenas barragens,
apetrechos de pesca, bovinocultura, caprinovinocultura, banda de música, que
representam hoje para as famílias beneficiadas um grande avanço na relação de
convivência com Semiárido e através destes projetos pudemos fortalecer a
Credioeste Sol, incentivando a criação de contas das associações beneficiadas
nesta cooperativa de crédito da Agricultura Familiar, contribuindo assim para o
seu fortalecimento.
Caros amigos, nos tempos mais difíceis tivemos juntos no
processo de articulação da ASA aqui no estado, éramos nós, aqui na região do
Médio Oeste potiguar, nas cidades de Campo Grande, Janduis e Felipe Guerra, que
animávamos os primeiros processos de capacitação e mobilização das familias.
Lembramos que nesta época era o Centro Terra Viva, UGM e a Sertão Verde,
execultora. Nesta época, algumas entidades nos conheciam como lutadores do
povo, construtores da ASA.
Hoje, continuamos envolvendo nossos técnicos Janicleide,
Ligiane, Roque e Ricardo na construção das ações da ASA, em parceria com o
Centro Terra Viva, nas capacitações das famílias em cursos de GRH, em toda
microrregional Médio Oeste potiguar.
Companheiros e companheiras da ASA, confirmamos alguns
argumentos de termos participado pouco das reuniões microrregionais mas, se
resgatarem as listas de presença destes momentos, a memória de quem nos nega
irá peceber que alguns momentos estamos presentes nestes espaços, pois
estivemos na reunião microrregional em Baraúnas (Ricardo), no encontro sobre
PNAE em Messias Targino (Janicleide), encontro da CEM em Apodi (Francisco),
ATER em Apodi (Francisco) Microregional em Triunfo (Ricardo), Mobilização
contra os Agrotoxicos em Apodi (Roque e Francisco) aticulação da ASA junto ao
PDS em Natal (Hildebrando), Encontro Estadual da ASA em Apodi (Francisco) e,
por fim, reunião da ASA em Assu (Francisco e Hildebrando).
E, se observarmos bem companheirada, em todas as discussões
da ASA estamos presentes, certo que em alguns momentos, na figura do
companheiro Fábio, hoje técnico do Centro Terra Viva, nossa parceira.
Amigos “a história é o registro permanete de quem faz a luta
acontecer. Os que julgam nossa luta como não presente, negam uma parte da
história de construção da ASA Potiguar”.
Então somos ou não somos ASA?
Abraço revolucionário de quem sempre esteve presenta na
construção de um Semiárido melhor."
* Instituto Chapéu de Couro.
* Nota reproduzida a pedido do Instituto Chapéu de
Couro.