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segunda-feira, 26 de setembro de 2011


NOTA DO INSTITUTO CHAPEU DE COURO
UGM do Programa P1MC
 Chico Antonio(Coordenador do Chapeu de Couro) e Raimundo do Sindicato

Depois da última terça-feira, a coordenação do Instituto Chapéu de Couro, vem através deste, agradecer a todo colegiado da ASA Potiguar, que confiaram seus votos, escolhendo esta entidade para uma nova UGM, (executora do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido Brasileiro P1MC), que atuará em 19 municípios (08 municípios na região Canavieira e 11 no Potengi), e ao mesmo tempo esclarecer a todos que estavam na reunião da ASA, que o nome do Instituto Chapéu de Couro talvez seja novo para algumas pessoas, mas sua coordenação muito tem contribuído para termos um Semiárido mais justo.

Hoje, seu quadro de coordenadores é formado pelos companheiros Francisco Antonio, Hildebrando Neres e Fábio Fernandes, entre outros.

Resgatando um pouco da historia de luta em nosso estado, podemos destacar o trabalho realizado pelos companheiros acima citados, juntamente ao saudoso Ronaldo Valência, desde a década de 80 até o ano 2005, organizando os trabalhadores e trabalhadoras rurais no municipio de Campo Grande e região através da criação de associações rurais.

No final dos anos 90, fundamos a Cooperativa Sertão Verde, onde iniciou-se um trabalho junta às associações na busca constante por tecnologias de convivência com o Semiárido. Já no ano 2001 encampamos junto a 80 trabalhadores e trabalhadoras a luta pela reforma agrária, indo ao enfrentamento com os latifundiários da região e dando continuidade a um trabalho iniciado por Padre Pedro. Fruto desta luta temos o PA Ronaldo Valência com 47 familias assentadas.

No ano 2001 contribuímos com a construção de 30 cisternas no PA Bom Futuro, em Campo Grande, que serviram como contrapartida para o P1MC investir em mais cisternas no Rio Grande do Norte.

Estes companheiros também contribuíram com a fundação dos foruns de discussões das políticas públicas nos municiípios de Campo Grande, Upanema, Janduís, Paraú, Triunfo Potiguar e Felipe Guerra. Participamos na articulação da fundação da Fetraf/RN e da Cooperativa de Crédito da Agricultura Familiar - Credioeste Sol. Em 2003 fundaram a rádio Canal Cultural e em 12 de janeiro de 2004 a Associação para o Desenvolvimento Auto-Sustentável e Solidário – ADASOL para servir como pessoa jurídica desta emissora comunitária.

Em 19/03/2006 (dia de São José), Francisco e Fábio, junto a outros companheiros, depois da morte do saudoso Ronaldo Valência, saíram da Sertão Verde e fundaram o Instituto para a Valorização da Cultura Camponesa no Semi-Árido Brasileiro - ICC, com o nome de fantasia Instituto Chapéu de Couro. Neste mesmo período iniciaram a militância no Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA, quando iniciaram um trabalho intenso de formação política de jovens do Oeste potiguar e Vale do Assu.

Com a entidade e o movimento, realizaram o primeiro Encontro Estadual da Juventude e Cultura Camponesa, junto com o primeiro Festival de Forró Pé de Serra, onde mobilizamos mais de 200 jovens das cidades de Campo Grande, Janduís, Triunfo Potiguar, Paraú, Assu e Carnaubais.

Foram reaponsáveis pelo envio de jovens para a formação em cursos técnicos de Controle Ambiental, Agropecuária, Enfermagem e Pedagogia da Terra, pelo Pronera.

Assumimos, junto a estes jovens militantes, uma grande luta contra o agronegócio na cidade de Carnaubais, onde conseguimos em parceria com o MST, garantir o acampamento, hoje assentamento Irmã Dorothy onde moram 110 familias de camponeses.

Em 2007 executamos, em parceria com o Instituto Padre Josimo, um projeto piloto de assistência técnica que trabalhava a implementação do programa de biodiesel consorciado com alimento.

Já em 2009 e 2010, executamos os subprojetos do Programa Desenvolvimento Solidário nos municipios de Janduís, Messias Targino, Triunfo Potiguar, Paraú, São Rafael e Carnaubais, com projetos de pequenas barragens, apetrechos de pesca, bovinocultura, caprinovinocultura, banda de música, que representam hoje para as famílias beneficiadas um grande avanço na relação de convivência com Semiárido e através destes projetos pudemos fortalecer a Credioeste Sol, incentivando a criação de contas das associações beneficiadas nesta cooperativa de crédito da Agricultura Familiar, contribuindo assim para o seu fortalecimento.

Caros amigos, nos tempos mais difíceis tivemos juntos no processo de articulação da ASA aqui no estado, éramos nós, aqui na região do Médio Oeste potiguar, nas cidades de Campo Grande, Janduis e Felipe Guerra, que animávamos os primeiros processos de capacitação e mobilização das familias. Lembramos que nesta época era o Centro Terra Viva, UGM e a Sertão Verde, execultora. Nesta época, algumas entidades nos conheciam como lutadores do povo, construtores da ASA.

Hoje, continuamos envolvendo nossos técnicos Janicleide, Ligiane, Roque e Ricardo na construção das ações da ASA, em parceria com o Centro Terra Viva, nas capacitações das famílias em cursos de GRH, em toda microrregional Médio Oeste potiguar.

Companheiros e companheiras da ASA, confirmamos alguns argumentos de termos participado pouco das reuniões microrregionais mas, se resgatarem as listas de presença destes momentos, a memória de quem nos nega irá peceber que alguns momentos estamos presentes nestes espaços, pois estivemos na reunião microrregional em Baraúnas (Ricardo), no encontro sobre PNAE em Messias Targino (Janicleide), encontro da CEM em Apodi (Francisco), ATER em Apodi (Francisco) Microregional em Triunfo (Ricardo), Mobilização contra os Agrotoxicos em Apodi (Roque e Francisco) aticulação da ASA junto ao PDS em Natal (Hildebrando), Encontro Estadual da ASA em Apodi (Francisco) e, por fim, reunião da ASA em Assu (Francisco e Hildebrando).

E, se observarmos bem companheirada, em todas as discussões da ASA estamos presentes, certo que em alguns momentos, na figura do companheiro Fábio, hoje técnico do Centro Terra Viva, nossa parceira.

Amigos “a história é o registro permanete de quem faz a luta acontecer. Os que julgam nossa luta como não presente, negam uma parte da história de construção da ASA Potiguar”.

Então somos ou não somos ASA?

Abraço revolucionário de quem sempre esteve presenta na construção de um Semiárido melhor."

* Instituto Chapéu de Couro.

* Nota reproduzida a pedido do Instituto Chapéu de Couro.